domingo, 26 de maio de 2013

Aventure-se no mundo da "Programação Criativa"


Reprodução
Processing
Felipe Maia

Uma torre com placas de tamanhos e cores diferentes que se movimenta e emite sons variando segundo luminosidade, temperatura e barulho do local. Se já é difícil de imaginar isso, que dirá criar algo assim -- em 1955. 

O responsável pela façanha foi Nicolas Schoffer, franco-húngaro pioneiro na arte eletrônica. “Naquela época não tinha nem o digital”, afirma Carol Nogueira, curadora e produtora da exposição sobre o artista que aconteceu no ano passado no MIS (Museu da Imagem e do Som de São Paulo). Algo bem diferente dos dias de hoje, em que é possível adentrar no mundo da arte a partir do computador de casa. 

Para ela, mesmo após anos de trabalhos e obras, a área ainda é delicada. “É difícil encontrar artistas que realmente utilizam tecnologia agregando valor ao trabalho”, afirma a também mestre em Comunicação e Multimídia pela Universidade Sorbonne Paris 8. 

Apesar disso, Nogueira afirma a importância das ferramentas acessíveis atualmente. “Cada vez mais pessoas utilizam. Isso democratiza”, diz ela, sem deixar de lado a necessidade pela experimentação, pesquisa e conhecimento de vários campos artísticos. Com isso em mente, o Olhar Digital reuniu três plataformas da chamada “Programação Criativa” para quem quiser se aventurar no casamento entre arte e tecnologia. 

Processing 

Ambiente de programação que permite ao usuário criar elementos visuais logo na primeira utilização. Trata-se de um software, uma série de funções pré-definidas, uma sintaxe de código similar à do Java e uma comunidade online para troca de informações. Além de dar respostas rápidas, o sistema é totalmente gratuito e tem código aberto. Isso tudo faz dele acessível a um grande número de usuários que não se restringe a artistas ou designers. 

Linguagem: Java

Onde aprender: No próprio site do Processing há diversos tutoriais e informações sobre o tema.

Exemplo: Os trabalhos de Casey Reas, criador da plataforma, compilados no vídeo abaixo. 



Cinder 

Voltado a programadores um pouco mais avançados, o Cinder pode ser considerado um passo seguinte ao Processing. O ambiente de programação possibilita a manipulação de elementos gráficos, sonoros e geométricos com resultados quase sempre interativos. Uma grande vantagem do sistema é sua natureza multiplataforma que permite seu funcionamento até em tablets. 

Linguagem: C++ 

Onde aprender: Também no site oficial do Cinder há bons guias para se aventurar na plataforma. 

Exemplo: 
Planetary, aplicativo para iPad que transforma sua biblioteca de músicas em um universo com vários corpos celestes. 

openFrameworks 

Pacote de ferramentas digitais indicadas a várias áreas da criação. Além de imagem, áudio e vídeo, o openFrameworks oferece ambientes para fontes tipográficas e modelos 3D, por exemplo. Ele consiste em uma compilação de códigos e funções acessíveis em vários softwares de programação e sistemas operacionais. Essas características fazem dele um dos sistemas mais populares do gênero, com utilizações em software e hardware. 

Linguagem: 
C++ 

Onde aprender:
 Há uma seção de tutoriais no site oficial do openFrameworks.

Exemplo: 
Cubepix, instalação criada pelo estúdio catalão Glassworks 



Nenhum comentário:

Postar um comentário